Se não existe mais o
tempo dos homens a vida nos dará o tempo das estrelas...
Uma unidade nasceu do
pó e ganhou as asas da alma imaginária
Decidimos que todo suor
compensaria a imensa falta de água
E o intelecto se calou
para permitir a compreensão do nada.
Onde a razão não pode
colocar seus pés o solo permitiu o crescimento de uma estrada
E onde caíam nossas
convicções surgiam as novas pétalas das mesmas fábulas.
Era uma criança que
gerenciava a construção do novo mundo
E da sua pele
resistente ao grandes muros se construía um universo de fadas.
Plantamos o amor porque
o ego era uma lenda mal interpretada
E colhemos a harmonia
porque a dor era apenas a virgula de uma triste e esquecida parábola.
Paramos, atentos aquele
vento que soprava
E cantamos, numa
melodia indecifrável
A canção que, sem os
nossos conceitos, enfim, nos libertava.
Foi um menino
recém-nascido que traduziu o que a letra nos falava
Acorde após acorde
acordamos sem saber de nada.
O sol brilhava como
quem sabe em que dimensão se esconde aquela escada
Que nos levaria a horas
e horas de um jardim suspenso
E suspenderia,
momentaneamente, nossa intenção humana e equivocada.
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