Wednesday, January 25, 2012


Quando se rasga o padrão em meio a poeira
Nossa alma se corta em radiações negras
E do nosso inverno nuclear
Definimos, no caos, o céu e a terra...


Como um crepúsculo ao meio dia
A delimitar estados e consciências
A definir a estética do novo mundo
Numa explosão criativa de nossas barreiras...


Cada vermelho manchado nos nossos olhos
Cada clarão dessa ruptura moderna
Nos leva a era dos homens
Onde a fome é saciada com ervas...


Somos a implosão desse niilismo embrionário
A arte do esquecido pós-guerra
Do pó de nossa cadeia genética
Produziremos, no caos, crepúsculos entre o céu e a terra...


Eu rasgo as regras...
Para um inverno nuclear...
E para o novo admirável e velho mundo novo....



Quando se planta o sonho com a fome
Quando se retrata a consciência com a sede
Quando evitamos a distorção da matéria
Quando sufocamos, com força, a respiração do corpo...

Quando inibido o desespero da nossa alma em chamas.
Quando tocamos as cordas da nossa composição:
Abrimos no colo do útero um corte manchado pela mudança do tempo.
Abrimos, em uma curva do espaço, uma trajetória limpa para um pulmão sobrecarregado de sangue... De suor... De cansaço...

Quando morta à semente de uma hipocrisia retórica
Quando aberta a cela de uma paixão inóspita
Moramos, de fundos, numa casa a beira do penhasco
E construímos confusos, quintais que pairam sobre a queda...

Abrimos com o peito a fechadura do pensamento.
Abrimos, no leito, as páginas do nosso livro.
Jogamos, nos ventos aleatórios, a nossa sorte alada
Construímos, no passo a passo, a implosão discreta de nossa caminhada...
De nossa história recente...
De nosso céu, ameno, descrente...
De nossa soma... De nossa estrada...

 

Tuesday, January 24, 2012


Minha poesia acompanha essa melancolia
Teu olhar incrédulo diante de tudo que já era tão óbvio
Tua mão desgastada tocando superficialmente uma pequena parte da realidade

Meu amor te desarma na mesma medida que nos implode
Teu amor nos implora na inversa medida que nos socorre
E nós derramamos lentamente cada lágrima
Como quem reluta em ler as ultimas três páginas do livro

Mandei reforçar as paredes da minha casa
Calculei o ângulo exato de uma mesa no canto da sala
E descobri que em cada gesto, passo ou hora marcada
A física me desmentia como se fosse eu a sua escrava

Uma entidade superior me soprou aos ouvidos
Duvido que você atravesse por baixo daquela escada
Mas como nosso amor nunca pretendeu medir o risco
Nós cruzamos sem nem saber o que se passava

Minha poesia retoma essa melancolia
E dessa vez é pra desconstruir essa parábola

Tua mão desgastada tocando superficialmente uma parte da realidade
Não pode conter todos os universos em que minha alma deságua

Meu amor te desarma na mesma medida que nos implode...


RIO DE JANEIRO - BRASIL - 2012


1 MILHÃO DE PESSOAS NO DOMINGO TOMANDO BANHO DE MAR EM ÁGUAS TOTALMENTE POLUÍDAS E IMPRÓPRIAS PARA BANHO. NINGUÉM NEM AI DE NADAR NUM ESGOTO A CÉU ABERTO...


BILHÕES DE REAIS DESTINADOS A INFRA-ESTRUTURA PARA COPA QUE ACABARÃO EM SUA MAIORIA NOS BOLSOS DE POLÍTICOS E EMPRESÁRIOS ENQUANTO O POVO SE DIVERTE COM AS JOGADAS DE NEYMAR E RONALDINHO GAÚCHO (AMBOS GANHAM MAIS DE 1 MILHÃO POR MÊS). NO FINAL DA COPA A GENTE AINDA CONSEGUE CHORAR MAIS A ELIMINAÇÃO DO BRASIL DO QUE O ROUBO DO NOSSO IMPOSTO DE RENDA (NESSA HORA RONALDO E NEYMAR JÁ ESTÃO DE FÉRIAS EM PARIS)...

BOPE E CORE INVADEM A ZONA LESTE DA CIDADE PARA PACIFICAR AS REGIÕES POBRES E ACABAR COM O TRÁFICO DE DROGAS... O POVO CONTINUA POBRE, SEM ESTUDO E USANDO DROGAS... O VERDADEIRO TRAFICANTE SE MANTÉM TRANQUILO EM BRASILIA OU NA VIERA SOUTO E NOVOS INTEGRANTES MISERÁVEIS DO POVO SERÃO RECRUTADOS PARA CONTINUAR O TRABALHO DE EXPLORAÇÃO DA POBREZA NESSE PAÍS...

PROJETO QUE LEVA COMIDA E ESTUDO A TODOS OS BRASILEIROS QUE NECESSITAM DE AJUDA É VETADO NO CONGRESSO PELA PROXIMIDADE COM O ANO ELEITORAL. PREVISÃO DE NOVA VOTAÇÃO PARA 2022 COM POSSIBILIDADE DE NOVO ADIAMENTO EM FUNÇÃO DAS FÉRIAS DE 10 ANOS SEGUIDOS APROVADA POR UNANIMIDADE NO CONGRESSO E QUE VIGORA A PARTIR DE 2015 PARA TODOS OS DEPUTADOS, SENADORES E FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS... OS QUE QUISEREM TRABALHAR MESMO ASSIM, SERÃO REPREENDIDOS OU MULTADOS EM 50% DOS SEUS SALÁRIOS.

"EU SOU BRASILEIRO E NÃO DESISTO NUNCA" BLA BLA BLA, BALELA, EU SOU SER HUMANO E DESISTO AS VEZES... FORA O POVO E AS BELEZAS E RECURSOS DESSE PAÍS, O BRASIL NÃO EXISTE... NÃO EXISTE ENQUANTO ESTADO QUE TRABALHA PELO BEM DO SEU POVO... NÃO EXISTE ENQUANTO EMPRESA ORGANIZADA E PRESTADORA DE CONTAS... NÃO EXISTE ENQUANTO LAR EMBORA PAREÇA SER UM CAMPING... NA VERDADE O BRASIL EXISTE SIM MAS É DIVIDIDO EM DOIS: O PAÍS BRASIL ONDE VIVEM OS MISERÁVEIS E O BRASIL PUTEIRO QUE FALAVA CAZUZA ONDE MORA TODO O RESTO....

A GENTE VAI BEBENDO, VAI FUMANDO, VAI PERDENDO, VAI GANHANDO... "TAMBÉM SEM A CACHAÇA NINGUÉM SEGURA ESSE ROJÃO"

O BRASIL AGRADECE DE CORAÇÃO A ENORME CONTRIBUIÇÃO DE
NOSSOS GESTORES PÚBLICOS:
LULA, MALUF, RENAN CALHEIROS, JOSÉ SARNEY, ACM(S), FERNANDO COLLOR, SERRA, FHC, GAROTINHO E ETC...
VOCÊS REALMENTE NOS ENSINARAM AO LONGO DOS ANOS O QUE NÃO DEVEMOS SER ENQUANTO PESSOAS E GESTORES... SÓ VENDO TÃO DE PERTO O PIOR LADO HUMANO PARA PODER LUTAR PELO LADO BOM COM MUITO MAIS FORÇA E INTELIGÊNCIA...
QUE DEUS PROTEJA OS POLÍTICOS BRASILEIROS E OS MANTENHA ATRÁS DAS GRADES NO MEU FUTURO IMAGINÁRIO...




Monday, January 23, 2012


Se não existe mais o tempo dos homens a vida nos dará o tempo das estrelas...

Uma unidade nasceu do pó e ganhou as asas da alma imaginária
Decidimos que todo suor compensaria a imensa falta de água
E o intelecto se calou para permitir a compreensão do nada.

Onde a razão não pode colocar seus pés o solo permitiu o crescimento de uma estrada
E onde caíam nossas convicções surgiam as novas pétalas das mesmas fábulas.

Era uma criança que gerenciava a construção do novo mundo
E da sua pele resistente ao grandes muros se construía um universo de fadas.
Plantamos o amor porque o ego era uma lenda mal interpretada
E colhemos a harmonia porque a dor era apenas a virgula de uma triste e esquecida parábola.

Paramos, atentos aquele vento que soprava
E cantamos, numa melodia indecifrável
A canção que, sem os nossos conceitos, enfim, nos libertava.
Foi um menino recém-nascido que traduziu o que a letra nos falava
Acorde após acorde acordamos sem saber de nada.

O sol brilhava como quem sabe em que dimensão se esconde aquela escada
Que nos levaria a horas e horas de um jardim suspenso
E suspenderia, momentaneamente, nossa intenção humana e equivocada.